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O Setorial de Transportes do PT nasceu junto com o Partido dos Trabalhadores. O objetivo sempre foi o de fomentar políticas públicas para o transporte coletivo e logística para distribuição de mercadorias. Estamos abrindo esse espaço para ampliar a discussão sobre o tema.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Inexistem pessoas idôneas para presidir o Metrô-SP?



Do Blog do Zé Dirceu

Presidência vira cargo de alta rotatividade. Trens são canibalizados...

No mais recente capítulo da saga "metrô paulistano", a Companhia do Metropolitano de São Paulo, passaram três presidentes no exíguo prazo de nove dias. Primeiro saiu o presidente Sérgio Avelleda, sob a acusação de que em sua gestão houve licitação de cartas marcadas. A Folha de S.Paulo denunciou os vencedores da construção de uma linha meses antes da abertura dos envelopes da licitação.

Para substituí-lo, inicialmente o governador tucano Geraldo Alckmin nomeou o diretor econômico da companhia, José Kalil Neto. No dia seguinte, descobriu que Kalil foi condenado em 1ª instância por improbidade administrativa. O presidente anunciado como efetivo passou, então, a ser interino - na justificativa de Alckmin - e o governador nomeou o terceiro presidente em nove dias, Peter Walker.

Mais um dia e a história se repete: Peter Walker também está condenado em 1ª instância por improbidade administrativa e seu recurso ainda não foi julgado em 2ª instância.

Presidência do metrô, cargo de alta rotatividade

Enquanto a presidência do metrô paulistano se tornava cargo de alta rotatividade, o governo tucano do Estado aproveitou o fim de semana para trombetear na mídia que os problemas do metrô mais lotado do mundo decorrem do fato de o número de usuários de trens de subúrbio na Grande São Paulo e do metrô, na capital, crescer mais de uma Campinas por ano - a cidade tem 1,1 milhão de habitantes.

O secretário de Transportes Metropolitanos de Geraldo Alckmin, Jurandir Fernandes, encarregou-se de apresentar essa justificativa em extenso material no Estadão. Mas, isto justifica o metrô e os trens de subúrbio apresentarem tantos problemas - à média de uma a duas panes por semana, em cada sistema, paralisando ou tornando lenta a circulação dos serviços?

A justificativa convence? E se os tucanos tivessem investido mais e priorizado, ao longo destes anos de crescimento do número de passageiros, os transportes urbanos de massa? Eles governam há 30 anos (a contar da administração Franco Montoro, 1983/1986). Só Alckmin já é governador pela 3ª vez.

Canibalização dos trens

Para este rodízio de presidentes, o deputado José Zico Prado (PT) tem uma explicação bem mais convincente: "Eles (os três presidentes em nove dias) são todos funcionários de carreira do metrô há muitos anos. Acham-se os donos dos transportes em São Paulo. Praticam irregularidades, fazem contratos e compras, sem nenhum respeito por licitação."

"Agem - prossegue o deputado - como se fossem donos da casa. Um exemplo disso foi a lista dos vencedores da licitação da linha 4 do Metrô, publicada pela Folha antes da finalização do processo. Na ocasião, nós do PT convocamos os responsáveis para ir à Comissão de Transportes e não aconteceu nada. A bancada do governo até negou quórum para a sessão".

Quanto às panes constantes, semanais, no sistema, o deputado é categórico: "decorrem do fato de não haver manutenção, nem investimentos. Além da canibalização instituída no sistema, quando a peça de um trem passa para outro". Quem é responsável pela falta de investimentos e instituiu a canibalização? "Começaram na gestão do governador José Serra e prosseguiram, imutáveis, na de Alckmin".


Foto Renato Araujo/ABr

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