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O Setorial de Transportes do PT nasceu junto com o Partido dos Trabalhadores. O objetivo sempre foi o de fomentar políticas públicas para o transporte coletivo e logística para distribuição de mercadorias. Estamos abrindo esse espaço para ampliar a discussão sobre o tema.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Entenda os problemas do sistema metroferroviário de São Paulo, o maior do país


Apesar dos investimentos, não há previsão de melhora a curto prazo para o desconforto dos passageiros do metrô de São Paulo.

Maior cidade da América Latina, São Paulo é uma das metrópoles mais movimentadas do mundo e isso reflete, principalmente, no trânsito e no transporte da cidade. Extensos quilômetros de engarrafamento podem ser evitados optando pelo Metrô de São Paulo, o maior do Brasil, que chega a transportar cerca de quatro milhões de passageiros diariamente.

Apesar de ter sido um dos finalistas no prêmio de melhor do mundo do The Metros Awards de 2011 e considerado o melhor metrô da América em 2010, pelo mesmo prêmio, por operar com segurança, acessibilidade e capacidade uma das mais linhas mais movimentadas do mundo, o Metrô de São Paulo vem enfrentando diversos problemas de funcionamento e escândalos, como é o caso das constantes panes e da mudança de presidente após acusações de corrupção.

Os investimentos, feitos pelo Metrô de São Paulo, em ampliação do número de linhas e estações não estão sendo bem avaliado pelos seus usuários. Segundo pesquisa da Datafolha divulgada em dezembro de 2011, devido às constantes falhas do sistema que causa transtornos aos usuários, pela primeira vez, menos da metade dos entrevistados consideram os serviços do metrô ótimos.

Os problemas do Metrô não são de agora. A bola de neve teve início em 2005, com a criação do bilhete único, que integrou ônibus, micro-ônibus, metrô e CPTM e permite fazer até quatro viagens em três horas. Segundo o presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Metrô (AEAMESP), José Geraldo Baião, essa ligação entre a malha metroferroviária fez com que houvesse maior demanda de passageiros.

A situação se agravou em 2007, com o desabamento do canteiro de obras da estação Pinheiros, que prejudicou a construção da linha 4-amarela. A primeira linha de São Paulo a ser operada pela iniciativa privada era para ser finalizada este ano, mas apenas será entregue em totalidade em 2014.

Os últimos trechos da primeira fase foram inaugurado em setembro de 2011, o que causou uma explosão de usuários. “O aumento do movimento foi significativo e justificável. Com a linha 4, muitos passaram a ter a possibilidade de chegar ao centro ou à Avenida Paulista em seis a dez minutos de trem”, explicou Baião.

Corrupção e mudança na presidência do Metrô


Sérgio Avelleda, ex-presidente do Metrô de São Paulo

A extensão da linha 5 – Lilás, na zona sul, foi outra obra que não foi concluída no prazo estabelecido. Suspeitas de fraude na licitação dos lotes 3 a 8 da linha 5, divulgadas pela Folha em 2010, mostraram que os construtores haviam sido definidos seis meses antes, deram origens a diversos problemas na construção e até mesmo na diretoria de metrô.

Em novembro de 2011, o Ministério Público de São Paulo entrou com uma ação na justiça solicitando o afastamento do presidente do Metrô Sérgio Avelleda e a anulação da concorrência e dos contratos de expansão da linha 5- Lilás. As obras ficaram apenas quatro dias paradas e nenhum dos contratos foi anulado.

Pouco mais de uma semana, Avelleda chegou a ser reconduzido ao cargo. A justiça de São Paulo alegou que eram necessários mais que indícios para o afastamento do presidente da companhia. No começo de abril deste ano, Avelleda renunciou o cargo, que é temporariamente ocupado por José Kalil Neto, então diretor financeiro da companhia.

Panes




Pane no metrô de São Paulo causa tumulto Outro problema recorrente no Metrô de São Paulo são as panes. Além de atingir constantemente as quatro estações que estão sobre a responsabilidade da empresa Metropolitano, linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) também registram problemas no sistema. A CPTM alegou em nota que estão lidando com equipamentos antigos e que trabalha com a modernização, mas que é um processo demorado.

A última grande pane enfrentada pelo metrô foi em 14 de março. Na ocasião, a circulação de trens entre as estações Sacomã e Vila Prudente, da Linha 2- Verde foi paralisada durante mais de uma hora devido a problemas no sistema que controla a movimentação dos trens entre as estações. Agentes da companhia tiveram de bloquear parte das entradas para as plataformas, em três estações, para evitar que o acúmulo expressivo de passageiros, à espera de trens, causasse acidentes.

Segundo o Estadão, se contados todos os avisos de velocidade reduzida feitos pelo Metrô desde janeiro, a Linha 2-Verde teve 14 falhas operacionais. Somando as Linhas 1-Azul com 13 casos, 2-Verde com 10 e 13 casos na 3-Vermelha, os trens circularam com velocidade reduzida por 50 vezes neste ano – média de uma ocorrência a cada dois dias.

O presidente da AEAMESP justifica as constantes panes ao afirmar que não só o metrô, mas as outras operadoras também, estão operando em uma situação crítica, mas afirma que medidas já estão sendo tomadas. Segundo ele, São Paulo está realizando investimentos ousados para melhorar o transporte público.

O metrô está passando por uma substituição do sistema de sinalização que terá a comunicação como base para controlar os trens. “Essa tecnologia conhecida como Communications-Based Train Controle (CBTC) permitirá que os trens possam operar em intervalo de tempo menor, o que poderá ter mais trens disponíveis e mais ágeis”, informou Baião.

Novos trens também estão sendo produzidos para melhor atender a população. Com essas mudanças, estima-se que a médio prazo o atual desconforto dos passageiros seja aliviado, pois haverá menor tempo de espera por trens, com instalações adequadas.

A curto prazo, segundo Baião, o metrô passa por manutenção constantemente, principalmente nas horas de não funcionamento, que devem evitar as paradas durante os percursos.

Agência T1, Por Danielle Sousa

Edição: Bruna Yunes

Fotos: Divulgação

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