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O Setorial de Transportes do PT nasceu junto com o Partido dos Trabalhadores. O objetivo sempre foi o de fomentar políticas públicas para o transporte coletivo e logística para distribuição de mercadorias. Estamos abrindo esse espaço para ampliar a discussão sobre o tema.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Caos aéreo do Alckmin?



Nem em aeroportos do interior de SP passageiro consegue escapar da lotação
Saguões lotados e falta de vagas em estacionamento viraram cenas comuns em cidades como São José do Rio Preto e Araçatuba

Nataly Costa e Rodrigo Burgarelli
A sala de embarque está lotada. Com as 184 poltronas insuficientes para todos os passageiros do aeroporto, muitos se espremem nos corredores e sentam nos cantos da sala. Do lado de fora, o estacionamento também não comporta todos os carros. É tanta gente que nem táxi há para todo mundo – a solução é optar pelos clandestinos, que acabam invadindo a área dos oficiais.

A cena não se passa em Congonhas nem em Cumbica, os dois aeroportos mais movimentados de São Paulo, mas sim no modesto Eribelto Manoel Reino, em São José do Rio Preto. É um reflexo do crescimento sem precedentes no fluxo de aeronaves que decolam e pousam no interior paulista. No ano passado, o número de passageiros dos aeroportos regionais cresceu em ritmo três vezes maior que os administrados pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).

Enquanto o movimento dos aeroportos federais subiu 15% entre 2010 e 2011, nos terminais do Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp) o crescimento foi de 43,5% – passou de 1,793 milhão de passageiros por ano em 2010 para 2,573 milhões no ano passado. Nem no melhor momento da aviação civil brasileira, entre 2009 e 2010, quando a quantidade de passageiros nos aeroportos da Infraero cresceu 21%, o boom foi tão grande quanto o que se vê no interior paulista.

Uma das justificativas é a expansão da malha, que passou a atender melhor cidades do interior do Estado que antes não tinham voos regulares. "Feirões" de passagens e promoções para quem compra com antecedência também deixaram mais atrativa a viagem de avião quando comparada a ônibus ou carro. Não raro, o tempo gasto na estrada somado aos custos com gasolina e pedágio tornam a viagem rodoviária mais cara e cansativa do que a de avião.

Um exemplo é Araçatuba, a 520 km de São Paulo. Em 2010, a cidade tinha em média seis voos regulares por dia. Hoje tem o dobro disso – e pelo menos três companhias fazem a ligação direta da cidade com São Paulo e outros municípios do interior, como Campinas e São José do Rio Preto. De avião, passagens de ida e volta entre Araçatuba e a capital, já com taxas, costuma custar o mesmo que as de ônibus.

Em Sorocaba, problemas na segurança

José Maria Tomazela, Nataly Costa e Rodrigo Burgarelli
Sorocaba está na lista dos mais movimentados terminais estaduais. Com 77,1 mil passageiros registrados em 2011, é o quinto no ranking dos aeroportos do interior paulista, principalmente por causa da aviação executiva. Mesmo assim, a segurança no terminal é precária. A pista de pouso é cercada por muros, mas, em muitos pontos, o mato encobre a construção, que tem pouco mais de 1,5 metro de altura e está parcialmente destruída.

Por causa disso, garotos passam pelos buracos e invadem a área de segurança atrás de pipas. É possível entrar ainda por dois hangares em obras - operários mantêm portões abertos e sem vigilância. Cães também entram, apesar dos vigilantes de moto na área interna.

O aeroporto é bastante usado para a manutenção de aviões, já que 18 hangares de oficinas estão instalados no terminal. O local fica em área densamente urbanizada, com vários barracos no entorno.

Segundo o Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp), o aeroporto de Sorocaba vai receber R$ 8,7 milhões em investimento nos próximos anos. A ideia é ampliar a pista de pouso e resolver problemas antigo como esses. O investimento também visa a atrair a Embraer - há rumores de que a empresa estaria interessada em construir ali um centro de manutenção de aeronaves.

Em Ribeirão Preto, plano já é até fazer 'puxadinho'

1,1 milhão de passageiros passam por ano pelo Leite Lopes, o aeroporto regional que mais cresce em SP; em 2006, eram 318 mil

Nataly Costa, Rodrigo Burgarelli, Rene Moreira, Sandro Villar e Chico Siqueira, Especiais para o Estado

Nenhum aeroporto do interior paulista se destaca tanto quanto o Leite Lopes, em Ribeirão Preto, por onde passa atualmente 1,1 milhão de passageiros por ano - em 2006, esse movimento era de apenas 318 mil. Além de ser o que mais cresceu, já é também o mais lotado entre os aeroportos do Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp).

Tanto que, para suportar a demanda crescente, Ribeirão Preto deve ganhar um Módulo Operacional Provisório (MOP), a exemplo do que foi feito no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo. É o famoso "puxadinho".

Mas, por enquanto, a infraestrutura é tímida. A pista principal do aeroporto tem 2,1 mil metros, mas 15% não são usados nos pousos e decolagens por causa da proximidade com a área residencial.

O governo estadual prometeu ampliar aeroporto e pistas, mas problemas na desapropriação de mais de 300 imóveis no entorno estão emperrando as obras. A prefeitura local diz não ter o dinheiro - em torno de R$ 25 milhões - para remover os imóveis, a maioria em uma favela. O município quer recursos do governo estadual, que, por sua vez, garante ser essa uma obrigação do município.

A movimentação do Leite Lopes hoje se compara à de um aeroporto como o de Aracaju, com a mesma quantidade de passageiros. Colocados lado a lado, porém, os dois terminais não se comparam em termos de investimento. Na capital sergipana, as obras previstas vão somar R$ 306 milhões de investimentos pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Para Ribeirão Preto, o orçamento destinado no ano passado foi de R$ 9,5 milhões. O Daesp afirma que, para este ano, estão previstos R$ 70 milhões em investimentos - divididos entre os 31 aeroportos que administra.

Obras. Algumas obras de manutenção e ampliação já foram feitas nos aeroportos, sem resultados expressivos. O também lotado Aeroporto de São José do Rio Preto teve a sala de embarque ampliada em 60% há um ano, mas continua pequena para tanta gente.

O Daesp garante que os terminais de passageiros de Araçatuba, São José do Rio Preto e Presidente Prudente serão ampliados neste ano. Já Marília e Araraquara terão novo terminal.

Em Franca, que só opera com aviação executiva, a ideia é investir R$ 6 milhões para que passe a receber também voos comerciais regulares. Em Presidente Prudente, no aeroporto com voos diários para São Paulo, Campinas e Rio, ainda não há nem sequer tela de informações.

"Em um futuro próximo vai ter", garante Luiz Carlos Carrion, administrador do aeroporto, acrescentando que já existe projeto para instalação.

COMENTÁRIO E & P

A imprensa vai fazer barulho por causa do "caos aéreo" do Alckmin ou só vale quando o aeroporto é federal? Pelo visto o Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo não está preparado para o aumento da demanda por voos no Estado de São Paulo. Falta ao governo Alckmin ainda a coragem de reduzir o ICMS do querosene de aviação, que atualmente é um dos maiores do país, com alíquota de 25%. O Estado de São Paulo não possui um plano aeroviário, apesar de ser um Estado com vocação ao transporte aéreo. Como em tudo o governo do Estado de São Paulo há mais de 16 anos sob a gestão (?) do PSDB falha.

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