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O Setorial de Transportes do PT nasceu junto com o Partido dos Trabalhadores. O objetivo sempre foi o de fomentar políticas públicas para o transporte coletivo e logística para distribuição de mercadorias. Estamos abrindo esse espaço para ampliar a discussão sobre o tema.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Mário Reali quer mais integração



Do Jornal ABCD Maior

Na falta de articulação política para consolidação da Região Metropolitana, de São Paulo, o presidente do Consórcio Intermunicipal e prefeito de Diadema, Mário Reali (PT), acredita que a entidade passou a ser referência quando o assunto é políticas públicas regionais.

Para o Reali, a falta articulação tem prejudicado os 39 municípios da Grande São Paulo. O exemplo é o projeto de restrição à circulação de caminhões na Capital e a mudança de trajeto nos transportes públicos, que repercute diretamente no ABCD.

Ele aponta avanços em discussões regionais como a consolidação de projetos, entre eles o controle ao trânsito dos caminhões em horários de pico e o Plano de Mobilidade Urbana, diferentemente da Capital, combinados com os sete prefeitos do ABCD e a sociedade. Confira na integra a entrevista.

ABCD MAIOR- O Consórcio tem avançado nas discussões de políticas públicas para a Região?

Mário Reali - A agenda do Consórcio se intensificou muito nestes últimos anos. No ano passado, por exemplo, o balanço das atividades da entidade mostrou que conseguimos avançar nos projetos e na aproximação com os governos estadual e federal. Trouxemos diversos ministros e secretários estaduais para reivindicar e discutir políticas públicas. Ampliamos as discussões que geraram resultados concretos, como o Plano de Mobilidade Urbana, o horário à circulação de caminhões nas sete cidades, programa de conscientização da Travessia Segura, entre outras ações. Pautamos o grupo de Desenvolvimento Metropolitano e conseguimos ampliar o diálogo com o Estado em relação à criação da Região Metropolitana. Mesmo com a lei para regulamentar a Região Metropolitana, emperrada no governo do Estado, muitas demandas estão em pauta e precisamos apressar ações. Por exemplo, a mudança na Linha 10 da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), os investimentos no Metrô para cá e no transporte de carga. As coisas estão acontecendo e ainda não passaram por essa instância (Região Metropolitana), porque ela ainda não funciona como órgão.

E qual tem sido o empecilho para aprovar o projeto de lei que cria a Região Metropolitana? Falta vontade política do governo do Estado?

Na verdade, tem de perguntar para o governador (Geraldo Alckmin -PSDB). Fui deputado estadual em 2005, quando o projeto de regularizar a Região Metropolitana foi apresentado. Estamos começando a montar a estrutura. O palco ainda não está pronto e o show está acontecendo. Por isso, precisamos correr na articulação e formalização da Região Metropolitana.

Sem a formalização da Região Metropolitana, o Consórcio Intermunicipal tende a perder força?

O Consórcio existe há 20 anos e conseguimos uma série de acordos, avanços e conquistas. Durante esse tempo a entidade teve altos e baixos, e o saldo é positivo especialmente pelo envolvimento dos prefeitos, governo do Estado, da sociedade civil e de todos os entes federativos. Nesta gestão (2009 a 2012) acredito que avançamos muito. Conseguimos formalizar o Consórcio como instituição e estamos em uma agenda de crescimento. A participação da sociedade civil aumentou e os GTs (Grupos de Trabalhos – divididos por áreas) têm pautado projetos de políticas públicas. Quanto ao trânsito dos caminhões, por exemplo, fizemos uma longa discussão até colocar em prática. Isso foi um grande avanço para implementar uma política regional. A audiência pública convocada pelo Consórcio nas últimas semanas para cobrar do Estado volta do trajeto da Linha 10 da CPTM à Estação da Luz foi inovadora. Mostrou uma retomada da sociedade civil nas discussões regionais. Estamos no caminho certo.

O Consórcio consegue identificar quais serão os desafios futuros do ABCD?

As discussões têm apontado que um dos desafios do Consórcio e também da Região Metropolitana é a mobilidade urbana. Isso tem pautado muitas discussões no Consórcio. Estamos elaborando o Plano de Mobilidade da Região e colocamos em prática a restrição dos caminhões no ABCD. Nós do Consórcio já estamos provocando um processo de alerta para que serve de modelo para a Região Metropolitana. A discussão da EMTU que estamos travando em Diadema (o governo do Estado quer acabar com a integração tarifária gratuita) não é um problema só do município, mas uma pauta de como vai ser a combinação do transporte em toda Grande São Paulo. A maior questão é como será feita a integração tarifária com o cartão BOM (Bilhete Ônibus Metropolitano). A ideia é muito boa, mas como será feita a cobrança das tarifas? Isso não está claro.

Na avaliação do senhor o Consórcio ganha peso político para incluir na agenda estadual esses debates?

Com certeza. Acredito que hoje o Consórcio tem mais força política do que um prefeito sozinho. Estamos pautando a grande imprensa e os debates de políticas públicas para a Região Metropolitana. Como presidente do Consórcio, eu tenho falado mais para a imprensa do que como prefeito. Acho que o Consórcio é um espaço importante para dialogar e traçar políticas públicas.

A discussão interna, ou seja, entre os sete prefeitos, para priorizar as políticas regionais, tem consenso? O sr. acredita que ainda existe resistência para se pensar de forma regional?

Temos avançado muito nesta questão. Mas ainda é um tema difícil. A relação de poder é difícil. O presidente do Consórcio é um representante dos sete prefeitos e tem uma restrição de poder, limitações inclusive operacionais. Se os prefeitos não estiverem convencidos das ações propostas pelo Consórcio, nada sai do papel. Vai depender dos prefeitos, por exemplo, acreditar no programa Travessia Segura. Os prefeitos atuais assumiram este compromisso, mas não sinto que todos estão priorizando essa ação, por exemplo, com o mesmo peso. Todos têm seus problemas, dinâmicas e compromissos locais, isso é fato. Mas acredito que nesta gestão todos estão empenhados e assumiram o compromisso de colocar para funcionar programas os programas definidos conjuntamente. Mas é claro que alguns com uma intensidade maior do que outros. O importante é que todas as ações do Consórcio são consensuadas e não decididas por voto. Ninguém impõe nada a ninguém.

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