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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Concessão de aeroportos tem tratamento faccioso


Os trabalhadores aeroportuários entendem que as atividades fim - operações, segurança aeroportuária, carga aérea, manutenção especializada e navegação aérea - dos três aeroportos em processo de concessão devem pemanecer sob a responsabilidade da Infraero. E não faltam argumentos para essa defesa.


Por Francisco Lemos

 
A questão da concessão/privatização dos aeroportos de Campinas e Guarulhos, em São Paulo, e Brasília, no Distrito Federal, foi tratada de maneira facciosa pela grande midia, que partiu do princípio que uma administração privada é mais eficiente do que a pública. Se assim fosse não veríamos tampas de bueiros voando nas ruas e avenidas do Rio de Janeiro - cidade sede dos Jogos Olímpicos de 2016 -; panes nos serviços de internet; e muito menos apagões no fornecimento de energia elétrica.


Infelizmente, essa postura escondeu do grande público que 85% dos aeroportos em todo o mundo são públicos, inclusive nos Estados Unidos da América, principalmente após os atentados de 11 de Setembro. Lá os terminais aeroportuários são encarados como portas de entrada e saída do país e aqui no Brasil como um grande negócio a ser explorado por quem tem "competência".

Em nenhum momento os trabalhadores - representados pela Central Única dos Trabalhadores/CUT e pelo Sindicato Nacional dos Aeroportuários/SINA - foram contra a parceria com o setor privado. O que foi e vem sendo questionado na Mesa de Diálogo com a Presidência da República, através das secretarias Geral e de Aviação Civil, é o formato da concessão/privatização decidida pelo governo federal.

Os trabalhadores aeroportuários entendem que as atividades fim - operações, segurança aeroportuária, carga aérea, manutenção especializada e navegação aérea - dos três aeroportos em processo de concessão devem pemanecer sob a responsabilidade da Infraero. E não faltam argumentos para essa defesa.

Na história da aviação, 98% dos acidentes aéreos ocorreram nos processos de pouso e decolagem e apenas 2% em cruzeiro. Significa dizer que os aeroportos são a parte mais sensível e que a operação dos mesmos não pode ser entregue a quem não tem experiência, através de terceirização e até quarteirização da atividade.

Para se ter uma ideia, os três terminais realizaram juntos, só nos primeiros nove meses de 2011, 39.350.394 embarques/desembarques de passageiros.

E a Infraero, com 38 anos de experiência, é reconhecida internacionalmente pela sua competência na operação da infraestrutura aeroportuária. Além de ser a guardiã da soberania nacional. Afinal, pelos aeroportos - além de passageiros - trafegam cargas de alto valor agregado, infecto-contagiosas, vivas, explosivas, radiativas, numerário da Casa da Moeda, além de condenados pela Justiça do Brasil de outros países.

É evidente que é preciso tomar providências em relação aos nossos aeroportos. A ascensão social promovida pelo governo do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva levou as classes C e D a trocar as cansativas viagens de ônibus

pelos rápidos voos da aviação civil. E atualmente acredita-se que mais de 50% dos bilhetes aéreos são adquiridos porpassageiros dessas classes sociais.

Mas as providências necessárias nos nossos aeroportos não podem negligenciar a segurança de milhões de vidas humanas e muito menos fazer as classes C e D retornar às estações rodoviários, com aumentos estorsivos das taxas aeroportuários.

*Francisco Lemos é presidente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários/SINA

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