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O Setorial de Transportes do PT nasceu junto com o Partido dos Trabalhadores. O objetivo sempre foi o de fomentar políticas públicas para o transporte coletivo e logística para distribuição de mercadorias. Estamos abrindo esse espaço para ampliar a discussão sobre o tema.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Carros vendidos no Brasil vão mal em teste de segurança



Latin NCap dá 1 estrela para Uno, Corsa, Classic e Ka; máximo são 5.

Falta de airbags e carrocerias frágeis preocupam entidade.

Do G1, em São Paulo

O Latin NCap Programa de Avaliação de Carros Novos na América Latina divulgou nesta quinta-feira (24) os resultados do segundo teste realizado com veículos da região. A entidade diz que confirmou um alto risco de lesões fatais para os motoristas e ocupantes que implicam perigo de vida.

Os modelos testados na segunda fase foram: Chevrolet Celta, Chevrolet Corsa Classic, Chevrolet Cruze LT, Fiat Novo Uno Evo, Ford Focus Hatchback, Ford KA Fly Viral, Nissan March e Nissan Tiida Hatchback (com 1 e com 2 airbags). Os modelos foram selecionados pela organização, com exceção do Tiida 2 airbags, do March, do Focus e do Cruze, em que a iniciativa de submetê-los a teste partiu das montadoras, que patrocinaram os testes.

O Cruze avaliado, explica o Latin NCap, foi o sul-coreano, e ainda não o que é atualmente fabricado no Brasil. O diretor técnico da entidade, Alejandro Furas, afirmou que, de todos os carros avaliados, somente Tiida, Cruze e Focus não apresentaram problemas estruturais. Foram observadas diferenças também entre o March vendido no Brasil, que vem do México, e o modelo europeu, chamado Micra.

Os testes de impacto frontal feitos a 64 km por hora contra um obstáculo deformável, que simulava outro automóvel, comprovam que a segurança dos carros mais vendidos na América Latina é equivalente à dos europeus de 20 anos atrás.

Em termos de segurança para passageiro adulto, os carros de “uma estrela” -no máximo são 5 estrelas- continuam dominando o mercado latino-americano. Receberam essa nota Chevrolet Celta, Chevrolet Corsa Classic, Fiat Novo Uno e Ford Ka. Todas as versões avaliadas desses carros não possuem airbag.

O Nissan March, que vem com 2 airbags frontais de série, levou duas estrelas. O Nissan Tiida, com 1 airbag, foi melhor, com 3 estrelas. O modelo com 2 airbags recebeu 4 estrelas, assim como Chevrolet Cruze e Ford Focus, também com 2 airbags.

Nesse quesito, os pontos são obtidos pontos a partir dos testes de impacto frontal. Também, são utilizados modificadores para estender as avaliações e cobrir diferentes tamanhos de pessoas sentadas em uma variedade de posições; especialmente, na área de contato com os joelhos.

Em relação à segurança de crianças dentro do carro, Tiida, March e Classic receberam uma só estrela, das cinco possíveis. Celta e Uno conseguiram duas. O Ka levou 3 estrelas, assim como o Focus e o Cruze. Este último foi o primeiro testado pelo Latin NCap com sistema Isofix, para fixar a cadeirinha no banco.

Nesses testes, o Latin NCAP usa dummies (bonecos) representativos de 18 meses e 3 anos de idade nos testes de impacto frontais e laterais. Além de estudar os resultados dos testes de impacto, a organização diz que verifica a clareza das instruções, bem como a instalação dos bancos, para ter certeza de que a cadeirinha infantil possa ser ajustada de maneira segura.

O Latin NCAP diz que os testes evidenciam carrocerias frágeis e incapazes de aguentar fortes impactos, além de estruturas perigosas que apresentam graves riscos de lesão e até de morte a seus passageiros, especialmente a região da cabeça do motorista. "Modelos populares foram falhos em oferecer proteção adequada, sobretudo ao peito do motorista, mas também devendo muito em segurança às pernas e aos joelhos dos passageiros", diz a nota.

Os resultados apontam pontos fracos do desempenho estrutural de alguns dos carros mais populares da região. A integridade da carroceria é fundamental para proteger os passageiros e evitar que sejam feridos, mesmo com a presença de airbags. Uma carroceria estável pode contribuir também para a saída dos passageiros, que precisem de cuidados e resgate após uma colisão.

A organização criticou o fato de que, entre os modelos avaliados, só os mais caros conseguiram boas notas. "Na Europa até os carros mais baratos contam com airbags (motorista, passageiro e cortina lateral) e oferecem melhor segurança estrutural. Isso mostra que os maiores fabricantes de veículos sabem como fazer veículos com preços acessíveis que estejam de acordo com os padrões da Organização das Nações Unidas (ONU)", afirma o comunicado.

Essa foi a segunda leva de carros brasileiros testados pelo Latin NCap. No ano passado, foram avaliados Toyota Corolla XEi, Chevrolet Meriva GL PLus, Fiat Palio ELX 1.4 (com e sem airbags), Volkswagen Gol Trend 1.6 (com e sem airbags), Peugeot 207 Compact 1.4 (com e sem airbags) e Geely CK 1 1.3. Reveja os resultados de cada um.

Em 2010, no quesito segurança para adultos, apenas um deles ganhou quatro estrelas, o Corolla. E o modelo chinês nem sequer pontuou. Para crianças, nenhum passou de duas estrelas.

O Latin NCap, braço do Euro NCap, que aplica alguns dos testes mais rigorosos para carros na Europa é uma iniciativa conjunta da Federação Internacional do Automóvel (Fia), a Fundação Fia, a Global New Car Assessment Programme (GNCap), a Fundação Gonzalo Rodríguez, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e a International Consumer Research & Testing (ICRT).



Priscila Dal Poggetto

Do G1, em São Paulo

Geely CK 1 1.3 não passou em nenhum quesito de

segurança (Foto: Divulgação/Latin NCAP)Carros vendidos na América Latina agora também estão sob a mira do NCAP, um programa europeu de avaliação de carros que é referência para o mercado local. O projeto Latin NCAP foi lançado oficialmente nesta segunda-feira (18), em São Paulo, com a divulgação do crash test de seis modelos vendidos na região: Toyota Corolla XEi, Chevrolet Meriva GL PLus, Fiat Palio ELX 1.4 (com e sem airbags), Volkswagen Gol Trend 1.6 (com e sem airbags), Peugeot 207 Compact 1.4 (com e sem airbags) e Geely CK 1 1.3. Todos são fabricados no Brasil, com exceção do último, que é feito na China e ainda não é vendido no país.

No quesito segurança para adultos, apenas um deles ganhou quatro estrelas – o máximo são cinco —, o Corolla. E o modelo chinês nem sequer pontuou. Para crianças, nenhum passou de duas estrelas. “Escolhemos dois carros (Corolla e Meriva) que são semelhantes aos vendidos na Europa, três modelos populares (207, Gol e Palio) e um importado (chinês) sem adaptação, que tem bastante representatividade de vendas em mercados como Uruguai e Chile”, destaca o coordenador do Latin NCAP, Jean Marie Mortier.

Número de recalls no Brasil supera recorde registrado no ano passado Os testes de impacto do programa foram feitos na Alemanha sob o rigoroso padrão do NCAP europeu, que realiza impactos frontais a 64 km/h. Como forma de comparação, a lei europeia obriga testes a 56 km/h para homologar produtos, enquanto que a brasileira exige testes a 48 km/h. O veículo colidiu com apenas 40% de um obstáculo deformável que simula um automóvel, como se o motorista tentasse desviar.

Dentro dos veículos, foram colocados dois bonecos (dummies) adultos no banco da frente e, atrás, dois bonecos equivalentes a crianças de 3 anos e de 18 meses, com dispositivo de segurança (cadeirinha ou bebê conforto). Carros vendidos com airbag como opcional foram avaliados com e sem o equipamento.


Toyota Corolla XEi

Com airbags

Adultos: 4 estrelas

Crianças: 1 estrela

A maior nota do teste. Boa proteção para cabeça e peito de adultos por causa dos airbags, embora haja risco para os joelhos por ação de estruturas do painel. No entanto, houve falha na segurança da criança com três anos, já que a cabeça do boneco infantil entrou em contato com as costas do banco do condutor durante o impacto. O assoalho permaneceu íntegro e a carroceria se manteve estável durante o impacto.

Chevrolet Meriva GL PLus

Com airbags

Adultos: 3 estrelas

Crianças: 2 estrelas

Durante o impacto, o porta-malas abriu, colocando os passageiros sob risco de ejeção. No entanto, os airbags protegeram bem cabeça e peito. Estruturas do painel colocaram em risco os joelhos do motorista e do passageiro e as pernas do motorista. No caso da proteção para crianças, a cadeirinha infantil foi incapaz de prevenir o avanço do ocupante no momento do impacto — a cabeça do manequim bateu nas costas do banco dianteiro.


Fiat Palio ELX 1.4

Sem airbags

Adultos: 1 estrela

Crianças: 2 estrelas

Com airbags

Adultos: 3 estrelas

Crianças: 2 estrelas

No caso da versão sem airbag há alto risco de morte para o motorista, devido ao dano causado pelo volante à cabeça do condutor. No entanto, mesmo a versão com as bolsas de proteção traz risco médio de lesão ao peito. Joelhos também ficaram vulneráveis a estruturas perigosas do painel. Para as crianças, o modelo proporciona proteção adequada, mas as instruções de instalação do equipamento de proteção não são suficientes, podendo colocar em risco a estabilidade das cadeirinhas.


Volkswagen Gol Trend 1.6

Sem airbags

Adultos: 1 estrela

Crianças: 2 estrelas

Com airbags

Adultos: 3 estrelas

Crianças: 2 estrelas

No caso da versão sem airbag há alto risco de morte para o motorista, devido ao dano causado pelo volante à cabeça e ao peito do condutor. A duas versões trazem riscos aos joelhos, por causa da estrutura do painel. Outro ponto agravante é o risco aos pés do motorista por causa da posição elevada dos pedais e à fraca estrutura do assoalho. No caso das crianças, o carro oferece proteção adequada, porém as instruções de instalação do equipamento de proteção não são suficientes, podendo colocar em risco a estabilidade das cadeirinhas.


Peugeot 207 Compact 1.4 (hatch)

Sem airbags (vídeo não foi divulgado por problemas técnicos, segundo a Proteste)

Adultos: 1 estrela

Crianças: 2 estrelas

Com airbags

Adultos: 2 estrelas

Crianças: 2 estrelas

Mesmo na versão com airbag, o Peugeot 207 foi incapaz de evitar que o peito do motorista atingisse o volante em caso de colisão frontal. Ainda com o uso do cinto, em caso de colisão frontal, joelhos, pernas e pés podem ser lesionados pelos pedais, por estruturas perigosas no painel e por rupturas do assoalho. Sem o airbag, as lesões são ainda maiores, por causa da falta de proteção para a cabeça, o que pode causar mortes. Além disso, a carroceria não consegue absorver impactos mais fortes, o que não torna o 207 um modelo recomendável para o transporte de crianças.


Geely CK 1 1.3

Sem airbags

Adultos: 0 estrela

Crianças: 2 estrelas

O único modelo não vendido no Brasil obteve o pior resultado do teste. Foi constatado elevado nível de lesões a todas as partes do corpo do motorista, o que pode levar à morte. Para crianças, houve proteção adequada nas cadeirinhas, mas a carroceria muito fraca não absorve o impacto da colisão. A deformação da estrutura do carro é imensa, limitando a chance de sobrevivência do passageiro da frente. Apesar de o carro não ter airbag, o risco é tão grande que a presença das bolsas de proteção não faria diferença. Outro aspecto negativo é que as cadeirinhas recomendadas pela fabricante não se encaixam perfeitamente ao carro.

Segurança no alvo

Como a avaliação do programa não é vinculada a nenhum órgão oficial, ela não pode reprovar a circulação de veículos, apenas alerta os consumidores sobre os modelos vendidos no mercado para, assim, forçar o aumento do nível de segurança dos carros. Por esse motivo, no Brasil, o instituto trabalhará em parceria com a Proteste Associação de Consumidores. Todos os modelos avaliados estão homologados nos países onde são vendidos, ou seja, foram aprovados em testes de segurança segundo padrões de cada mercado (Brasil, Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai).

De acordo com a entidade, alguns testes contaram com apoio das próprias montadoras, enquanto outros foram realizados com carros comprados pela entidade. O Latin NCAP foi criado pela Federação Internacional do Automóvel (FIA) e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com supervisão do Euro NCAP.

Para o secretário geral da matriz europeia, Michel Van Ratingen, os testes mostram o quanto é importante a obrigatoriedade de airbags, a necessidade de cintos mais modernos (com pré-tensionador), estruturas mais seguras e a necessidade de aperfeiçoamento da estrutura para proteção das pernas e a necessidade de montadoras e fabricantes de equipamentos de proteção de crianças desenvolverem produtos em parceria.

“Concluímos que os carros populares têm nível baixo de segurança. É preciso investir em publicidade sobre a importância do uso de cadeirinhas para criança, airbags, freios ABS, controle de estabilidade. Com escala de produção, os custos vão cair. Além disso, com carros mais seguros a indústria local pode impulsionar as exportações”, acrescenta Jean Marie Mortier.


Lei para testes de impacto

A partir de 2012, os testes frontais, traseiros e biodinâmicos (com a utilização de bonecos) serão obrigatórios para homologar os veículos novos. O teste completo avalia impactos na cabeça, pescoço, tórax, joelhos e pés. Atualmente, é exigida apenas a avaliação estrutural de retenção da coluna de direção.

Para os modelos já em circulação, esse sistema passará a ser exigido a partir de 2014, o que invalida também os carros que não possuem airbag. Os testes terão de estar de acordo com as normas estabelecidas pela Agência Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), mas não precisam ser realizados no Brasil.

De acordo com o conselheiro do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e representante do Ministério dos Transportes Rone Evaldo Barbosa, também presente no evento, os laboratórios do Latin NCAP não farão parte desse novo teste para homologação, a não ser que a própria fabricante opte pela entidade.

Já o representante do Instituto de Pesos e Medidas de São Paulo (Ipem/SP) Fabiano Marques de Paula a ideia é que o Inmetro possua no país um laboratório como os do Euro NCAP para efetuar os testes de homologação.

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