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O Setorial de Transportes do PT nasceu junto com o Partido dos Trabalhadores. O objetivo sempre foi o de fomentar políticas públicas para o transporte coletivo e logística para distribuição de mercadorias. Estamos abrindo esse espaço para ampliar a discussão sobre o tema.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Metrôs em gestões tucanas: muito marketing e pouca solução




Do Blog do Dirceu
Ninguém quer assumir a gestão do projeto em BH há anos...

Rogério Correia

O metrô de Belo Horizonte, capital mineira, contará com um aporte de R$ 3,16 bi do orçamento da União para sua ampliação. Nesta semana, representantes do governo federal e gestores mineiros sentaram à mesa para definir os passos deste processo que prevê a ampliação da linha 1 e a construção das linhas 2 e 3.

"O processo está em andamento em Minas, mas de forma muito lenta", denuncia o deputado Rogério Correia (PT-MG), líder da bancada petista no Estado. "Os tucanos mineiros não querem saber desta transferência", avalia. Segundo o parlamentar, o governo tucano simplesmente se nega a assumir a responsabilidade pela gestão do metrô há oito anos.

O deputado conta que o governo federal vem trabalhando em vários Estados e municípios para transferir a gestão do metrô para o poder Estadual, a exemplo do que já ocorre no Rio e em São Paulo. No entanto, o caso mineiro é diferente. Segundo Correia, o senador Aécio Neves, quando governador, "não avançou sequer um milímetro nas tratativas com o governo federal para que a transferência da gestão ocorresse". Prova concreta, segundo ele, do falso mito da "superioridade da gestão tucana" no Estado. "Eles tiveram oito ano para consolidar esse programa e até agora a coisa não saiu".

Não dizem quanto, nem quando investir


O deputado também critica a falta de informações sobre os recursos que serão alocados no projeto do metrô de Belo Horizonte. "O governo Anastasia não veio a público dizer qual o compromisso e qual será o cronograma de desembolsos de sua gestão com essas obras", critica. Correia ressalta que o compromisso de locação de recursos, até agora, foi só do governo federal.

Os tucanos parecem mesmo ter problemas com a gestão de metrôs. Em São Paulo, por exemplo, a opção do ex-governador José Serra (PSDB-SP) de preterir o metrô e o transporte público em geral a favor do transporte individual, construindo mais pistas na Marginal e o Rodoanel, já mostra seus resultados. Panes a cada dois dias no sistema metroviário, superlotação e menos de 2 km/ano de metrô construído (leia mais neste blog).

Foto: site pessoal.



"Estamos construindo uma solução para o passado"



Com apenas 74,3 km de metrô em São Paulo...

A conclusão do sindicalista Eduardo Pacheco, diretor da Federação Nacional dos Metroviários (Fenametro) expressa a lógica dos sucessivos governos tucanos na gestão do Estado. Há 37 anos atendendo a capital paulista, o Metrô conta com apenas 74,3 km para oferecer seu serviço a uma população de 11.253.503 de habitantes. Pior. "Cresce a um ritmo inferior a 2 km/ano. Em certas épocas, inferior a 1 km/ano", informa Pacheco.

Pacheco lembra que, quando o Metrô começou a circular, em 1974, São Paulo contava com quase 6 milhões habitantes. A expectativa era de que a expansão dobrasse com o passar dos anos. "Isso nunca aconteceu", lamenta o sindicalista. “Deveríamos ter 300 km de Metrô – seria o mínimo necessário hoje”.

Apesar de tudo, sistema é lucrativo

“Nesse ritmo, em 2050, vamos ter uma rede para atender a São Paulo de 2010. Estamos construindo Metrô para o passado e não para o futuro", resume Pacheco. Na sua visão, a falta de investimento é fatal. No entanto, o sistema é lucrativo. "Ano passado, o Metrô gerou quase 10% de lucro e é por isso que as Parcerias Público Privadas (PPPs) encheram os olhos desse mercado".

O problema central na visão de Pacheco está na gestão. "A expansão do Metrô por meio das PPPs previa uma equação em que o Estado arcaria com 70% dos investimentos e a iniciativa privada com 30%. Hoje, essa relação é de 90% para 10%". Pacheco também considera prejuízo o fato de as empresas na Linha 4 contarem com um número fixo de usuários para garantir seus lucros. “Abaixo desse número, o Estado cobrirá a diferença". Já em termos de tarifa, pondera que “a evolução tarifária também é contratada”, o que impede qualquer tipo de redução nos preços. (Leia mais nos posts Metrô de São Paulo tem serviço comprometido por falta de investimentos e Transporte de massa em São Paulo: soluções a várias mãos)

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