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O Setorial de Transportes do PT nasceu junto com o Partido dos Trabalhadores. O objetivo sempre foi o de fomentar políticas públicas para o transporte coletivo e logística para distribuição de mercadorias. Estamos abrindo esse espaço para ampliar a discussão sobre o tema.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

PPA 2012-2015 - GOVERNO FEDERAL - AVIAÇÃO CIVIL



O transporte aéreo desempenhou, ao longo do século XX, um importante papel no

desenvolvimento econômico e social brasileiro ao proporcionar a redução do custo e do

tempo de deslocamento de pessoas e mercadorias, e, consequentemente, contribuiu

para a geração de novas oportunidades de negócios, empregos e renda, mesmo em

regiões antes pouco acessíveis por vias terrestres ou aquáticas.


Nesse contexto, a atuação do Estado por meio de políticas públicas como o controle de

tarifas, de capacidade e de rotas – especialmente a partir da década de 1960 –, bem

como os investimentos públicos em infraestrutura aeroportuária e de navegação aérea

civil ajudaram a consolidar o transporte aéreo como instrumento essencial para o objetivo

de integração nacional. O transporte aéreo deve ser visto, portanto, não apenas como

um vetor para integração de regiões pouco acessíveis no Brasil, mas, principalmente,

como elemento de transformação da dinâmica produtiva do país.


Nesse sentido, a Política Nacional de Aviação Civil (PNAC), aprovada por meio do Decreto

nº 6.780, de 18 de fevereiro de 2009, estabelece como principal propósito “assegurar

à sociedade brasileira o desenvolvimento de sistema de aviação civil amplo, seguro,

eficiente, econômico, moderno, concorrencial, compatível com a sustentabilidade

ambiental, integrado às demais modalidades de transporte e alicerçado na capacidade

produtiva e de prestação de serviços nos âmbitos nacional, sulamericano e mundial”. A

PNAC constitui-se como a principal política setorial da aviação civil e traz um conjunto

de objetivos distribuídos em questões que abrangem a segurança do transporte aéreo,

a prestação do serviço adequado, a proteção ao meio ambiente e ao consumidor, bem

como o desenvolvimento e a eficiência da aviação civil.


O transporte aéreo regular de passageiros no Brasil apresentou índices expressivos de

crescimento a partir de 2000, especialmente em seu segmento doméstico. Em 2010, a

demanda total alcançou 93,7 bilhões de passageiros-quilômetro transportados. Porém,

esse mercado doméstico de transporte aéreo regular de passageiros ainda apresenta

pouca concorrência. Duas companhias aéreas responderam por 82,3% do total de

passageiros-quilômetro transportados no último ano.


Vários motivos justificam o crescimento da demanda, tais como a redução do preço das

passagens aéreas (em algumas rotas o transporte aéreo apresenta hoje um custo inferior

ao do transporte rodoviário), o aumento da renda média dos brasileiros e a ampliação

da oferta de crédito. Para o crescimento sustentado do setor, a expansão da oferta de

serviços e da infraestrutura aeroportuária representa o principal desafio. Dessa forma,

objetiva-se aumentar a capacidade da rede de aeroportos do Brasil de modo a possibilitar

o processamento de 305 milhões de passageiros, observadas as normas regulamentares de

prestação de serviço adequado expedidas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Importante ressaltar que essa infraestrutura nem sempre está distribuída de acordo com o

território, ou com a circulação de passageiros. Os aeroportos administrados pela Empresa

Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) na Região Sudeste do país receberam,

em 2010, cerca de 51,9% do total de passageiros movimentados, que equivale a 80,6

milhões de pessoas. Já em termos de infraestrutura, a mesma região possui 199 dos 726

aeródromos públicos brasileiros - 27,4% do total. Em contraposição, a Região Norte, a

despeito de sua área de 3,85 milhões de quilômetros quadrados (45,3% do território

nacional) possui apenas 132 aeródromos públicos (18,2% do total), e recebeu apenas

5,5% do movimento total, equivalente a 8,5 milhões de passageiros.


No intuito de viabilizar investimentos, o Governo Federal estuda alternativas de inclusão

do setor privado na gestão e financiamento do setor aéreo, com o objetivo de atrair novas

fontes de recursos que proporcionem ganhos de eficiência na operação dos aeroportos.

Neste sentido, destacam-se as alternativas de concessão comum (como a realizada no

Aeroporto de São Gonçalo do Amarante/RN – ASGA) e as parcerias público-privadas.

Estas novas fontes de financiamento, provenientes do setor privado, serão importantes

para preparar os aeroportos para dois eventos que o Brasil irá sediar: a Copa do Mundo

de Futebol em 2014 e as Olimpíadas, em 2016, no Rio de Janeiro.


Em termos de malha aérea doméstica, há uma forte concentração de rotas regulares de

passageiros ao longo do litoral brasileiro, onde se concentra a maior parte da população

do país. Vale destacar ainda, o papel dos aeroportos de São Paulo - Congonhas e

Guarulhos - como principais pontos de origem e destino das rotas de maior densidade

de tráfego, bem como o de Brasília para a distribuição de voos entre as Regiões Norte/

Nordeste e Sul/Sudeste. Por isso, um dos principais eixos do Programa é a expansão da

oferta de transporte aéreo regular (incorporação de novos aeroportos e novas rotas) –

ampliar para 150 o número de aeroportos atendidos por transporte aéreo regular de

passageiros e cargas, e aumentar para 1.000 o número de rotas servidas por transporte

aéreo regular de passageiros e cargas.


Além do crescimento da aviação civil brasileira, e da crescente utilização do espaço aéreo,

é esperado um aumento do movimento de aeronaves no Brasil de, em média, 5% ao

ano. Esses fatos exigem que esse espaço seja gerenciado de forma segura e eficiente, por

meio do emprego das mais modernas tecnologias, visando aumentar a sua capacidade,

e assim acomodar um número crescente do tráfego aéreo, mantendo níveis idênticos ou

superiores de segurança e eficiência, favorecendo a economia e o desenvolvimento dos

serviços aéreos.


O Programa estabelece, portanto, objetivos, metas e iniciativas voltadas para o

desenvolvimento da Aviação Civil, por meio da coordenação de ações que viabilizem a

adequação da capacidade das infraestruturas aeroportuária e aeronáutica à expansão

do transporte aéreo regular de passageiros e carga de forma segura. Ademais, busca-se

ampliar a segurança operacional e a proteção contra atos de interferência ilícita, bem

como, desenvolver a aviação civil mediante a formulação de políticas, o planejamento e

a coordenação de atividades ligadas à indústria aeronáutica, à formação de profissionais

e à sustentabilidade ambiental.

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