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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Infraestrutura para trem-bala atenderá trem de média velocidade, diz ANTT


Projeto permitirá trens mais lentos em trechos regionais, diz diretor. Agência descarta mudança no modelo e diz que projeto é rentável.


O diretor geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres, Bernardo Figueiredo, defendeu nesta segunda-feira (18) o modelo de operação previsto no edital do Trem de Alta Velocidade (TAV) e explicou que a infraestrutura prevista permitirá também a circulação de trens de média velocidade para trechos regionais.

Ele rebateu críticas de que a adoção de um modelo de menor velocidade poderia baratear os custos da obra e atrair um maior números de empresas interessadas em participar da licitação. Segundo o diretor da ANTT, essas são “críticas fáceis de quem nunca estudou o projeto”.

De acordo com Figueiredo, a infrastrutura do projeto tem de ser pensada de forma a comportar sempre a tecnologia mais avançada. No caso, trens que atinjam velocidade a partir de 300 km/h. “Não faz menor sentido discutir média velocidade” disse. “Se você fizer só para média velocidade, em 5 anos está arrependido e precisa fazer uma outra. Se fizer uma pra média e pra alta, esse investimento é definitivo, e a diferença de custo entre um e outro é desprezível”.

Entre os trechos que não demandariam trem de alta velocidade, ele citou o trajeto São Paulo- São José dos Campos.

O diretor da ANTT explicou o edital prevê paradas obrigatórias e opcionais em determinados horários. “Onde[ o consórcio vencedor] quiser construir, poderá construir. Provavelmente, vai ter estação em Resende, Volta redonda, Taubaté, São José dos Campos, Aparecida, Guarulhos, porque quanto mais estações, que é um custo marginal no trem, mais possibilidade de criar serviços aderentes à demanda da sociedade se terá”, afirmou.

Segundo Figueiredo, os estudos feitos pela ANTT prevêem partidas no trajeto São Paulo-Rio a cada 20 minutos, nos horários de pico, e saídas de trens regionais com número diferente de paradas, também a cada 20 minutos. “A programação operacional é uma coisa, a infraestrutura física é outra”, comentou.

Cobranças para projeto sair do papel

O diretor da participou de seminário da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) sobre o trem de alta velocidade. O evento também reuniu os secretários de Transporte do estado do Rio de Janeiro, Júlio Lopes, e de São Paulo, Jurandir Fernandes, que declararam apoio ao modelo previsto no edital.

“Nós não conseguiremos fazer com que Campinas, São José dos Campos, Sorocaba, Santos, conviva com 10, 15 anos, sem um modal diferente”, disse Fernandes, que também defendeu o uso da infraestrutura do TAV para ligações regiões. “As duas coisas se casam sobre a mesma infraestrutura”, disse.

A maior cobrança dos secretários e da Fiesp é para uma maior agilidade no processo de licitação, para que o projeto saia do papel.

O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, disse que quer se reunir com investidores interessados para saber “o que falta” para que a formação de consórcios avance. “Quero conversar com eles e saber o que falta”, afirmou.

Projeto é ‘rentável’, diz ANTT

O diretor da ANTT também defendeu o modelo de concessão previsto no edital. Segundo Figueiredo, o projeto é “viável” e “rentável”.

“É óbvio que quanto maior o investimento público, mais confortável o projeto é para os investidores. É normal que eles queiram mais, mas não é viável que o governo oferece mais”, disse, ressaltando que o modelo foi desenhado de forma a exigir pouco esforço do poder público em termos de aporte de recursos.

Segundo ele, o custo de investimento é alto, mas os de operação e manutenção são baixos. “A operação é altamente viável. O projeto começa gerando caixa de R$ 2 bilhões por ano”. disse. “Essa é a oportunidade de vir [empresas estrangeiras], de se instalar, e explorar esse potencial de mercado. Isso permite que a gente faça esse projeto com uma participação pública muito pequena”, completou

Figueiredo descartou um novo adiamento do leilão e disse que acredita que a concorrência disputará o interesse de pelo menos três consórcios.

O projeto, de 500 quilômetros de extensão, prevê a interligação dos aeroportos de Viracopos (Campinas), Guarulhos (São Paulo) e Galeão (Rio de Janeiro).

O custo do projeto está estimado em R$ 33,1 bilhões. Segundo a ANTT, haverá uma linha de crédito especial para o projeto, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com garantia da União, de R$ 19,4 bilhões. O governo também participará diretamente do projeto com R$ 3,4 bilhões, a partir da criação de uma empresa estatal que integrará o consórcio.

A previsão de início das obras está mantida para o segundo semestre de 2012, com término em 2018, mas a ANTT acredita que seja possível negociar com o consórsio vencedor a antecipação de pelo menos parte da obra para as Olimpíadas de 2016. Mas o prazo que tem de fato para concluir é 20118″, disse o diretor da ANTT.

A expectativa é de que, no primeiro ano de funcionamento, 33 milhões de pessoas utilizem o trem-bala, volume que deve chegar, segundo a ANTT, a 100 milhões em 2044 - último ano da concessão.

Fonte: G1, Por Darlan Alvarenga

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