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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Por mês, paulistano paga de ônibus o mesmo que um parisiense

Nova tarifa de R$ 3 começa a valer nesta quarta-feira na capital paulista

Leandro Beguoci, iG São Paulo
05/01/2011 08:00





A nova tarifa de ônibus da cidade de São Paulo confirma uma tendência apontada por um número crescente de estudos: a capital paulista está se tornando um dos municípios mais caros do mundo para se viver. Com a tarifa a R$ 3, São Paulo dá mais um passo para ficar de vez em rankings deste tipo. A partir de hoje, um paulistano passa a gastar com ônibus, por mês, o mesmo que um morador de Paris.

Em 2011, paulistano pagará passagem de ônibus com preço equivalente ao de capitais de países ricos da Europa


Na capital francesa, o bilhete custa 1,7 euro. Esse valor equivale a R$ 3,78, com o euro cotado a R$ 2,22. Multiplicando por dois (a viagem de ida e volta ao trabalho), o valor vai a 3,4 euros. Depois, multiplicando esse valor por 22, geralmente o número de dias úteis de um mês, o preço mensal para se locomover na cidade seria muito maior do que o valor paulistano: 74,8 euros, algo em torno de R$ 166,30.

Porém, diferente de São Paulo, Paris oferece um pacote mensal aos seus moradores, o que derruba consideravelmente o valor. Usando o cartão Navigo, um parente distante do Bilhete Único, e se locomovendo entre as principais áreas de Paris, o preço da viagem mensal é de 60,40 euros, o equivalente a R$ 134. Já um paulistano vai pagar, por mês, R$ 132.

Com esse aumento, São Paulo se aproxima de outras campeãs dos preços altos. Em Londres, a tarifa de ônibus, simples, é de 1,30 libra. Em reais, o valor é de cerca de R$ 3,40 (considerando que uma libra inglesa custa R$ 2,60). Como em Paris, em Londres é possível comprar bilhetes mensais. Um inglês paga 68,40 libras (cerca de R$ 178) para andar de ônibus por mês.

Já em Nova York, também uma cidade que aparece constantemente na lista das cidades mais caras, a tarifa simples custa US$ 2,25, o equivalente a R$ 3,75 (com o dólar a R$ 1,67). Mas caso opte por comprar um pacote mensal, o novaiorquino paga US$ 104, o equivalente a R$ 174.

Apesar disso, não há, ao menos no horizonte próximo, chance de São Paulo superar Tóquio. Na capital japonesa, que costuma aparecer em diversos rankings como a cidade mais cara do mundo, o ônibus custa 500 ienes, o equivalente a R$ 10,1. Diferente das capitais européias, porém, este bilhete dá ao passageiro o direito de pegar quantos ônibus quiser, quantas vezes quiser, por dia. É um modelo mais parecido com o de São Paulo. Na capital paulista, a tarifa dá direito a quatro viagens de ônibus realizadas num intervalo de duas horas. Esse, aliás, é um dos principais argumentos da Prefeitura de São Paulo para o aumento da passagem de ônibus.

Cada modelo tem seus prós e contras, que influenciam no preço final: subsídio dado pelo governo, o número de viagens que permite, variedades de transportes que podem ser usados com a mesma tarifa (metrô e trem, por exemplo), tamanho da população e inflação. É a combinação entre eles que resulta no preço final. De qualquer maneira, há sempre um fator decisivo, que é sempre levado em contas pelas principais capitais do mundo na hora de fechar o preço da passagem de ônibus: a renda dos usuários. E, entre essas cidades, São Paulo é a única de um País em desenvolvimento.

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