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O Setorial de Transportes do PT nasceu junto com o Partido dos Trabalhadores. O objetivo sempre foi o de fomentar políticas públicas para o transporte coletivo e logística para distribuição de mercadorias. Estamos abrindo esse espaço para ampliar a discussão sobre o tema.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Estradas boas, estradas perigosas!


Informações da pesquisa sobre custos de acidentes rodoviários, desenvolvida pelo Ipea e pelo Denatran, em 2006, mostram que, quanto melhores as condições das rodovias, maior a quantidade e o custo dos acidentes rodoviários. Isso é natural, pois, nas rodovias onde estão os grandes volumes de tráfego, maior é a probabilidade de ocorrência de acidentes.



Nessas rodovias, em boas condições de pavimento, o usuário é levado a dirigir em alta velocidade e a fazer uma direção perigosa, com ultrapassagens de risco, além de manter o seu veículo “colado” no da frente.

As rodovias estaduais de São Paulo são, reconhecidamente, as melhores do país. Entretanto, lideram o ranking de custo anual de acidentes, com R$ 3,3 bilhões. Em segundo lugar, vem o conjunto de rodovias federais do Sudeste (SP, MG, RJ e ES), com R$ 2,4 bilhões. Em seguida, as rodovias estaduais de Minas Gerais, com R$ 1,9 bilhões; as federais do Sul (RS, SC, PR), com R$ 1,6 bilhões; e a malha estadual do Paraná, com R$ 1,2 bilhões.

No total, o custo anual de acidentes em rodovias municipais, estaduais e federais atinge o valor de R$ 22,0 bilhões, sendo que as malhas municipais e estaduais custam R$ 15,5 bilhões, quase 70% do custo total.

Só na malha federal morrem, por ano, 10 mil pessoas – entre ocupantes de veículos e atropelados. As principais causas são: excesso de velocidade; alcoolismo e drogas; excesso de peso nos caminhões; cansaço dos motoristas pelo excesso de tempo de direção; ultrapassagens em locais proibidos ou perigosos; precariedade dos veículos; rodovias insuficientemente sinalizadas e/ou conservadas; baixa proteção aos pedestres e condutores de veículos despreparados para dirigir em rodovias.

Essa é uma tragédia cotidiana, silenciosa e invisível que mata cerca de 30 mil pessoas (rodovias e trânsito urbano) e deixa mais de 200 mil feridos a cada ano. Em dezembro de 2010, teremos a repetição desses números, se não começarmos a atuar, de maneira vigorosa, o mais rápido possível.

Todos os estudos realizados definem linhas mestras para a definição de uma Política Nacional de Segurança nas Rodovias, com ações nas três áreas básicas de atuação: educação; melhorias operacionais e controle.

Na área da educação, há ações para o ensino fundamental; maior qualidade nas auto-escolas; propaganda de utilidade pública permanente; formação de caminhoneiros, com a inclusão de simuladores, nos moldes do que é feito com os pilotos de avião; jogos para crianças e utilização eficaz da Internet.

Na área de melhorias operacionais, estão previstas ações de manutenção rotineira das rodovias e da sinalização; eliminação de pontos críticos de acidentes; implantação de terceiras faixas em subidas; atendimento do Samu (Sistema de Atendimento Móvel de Urgência) nos corredores com maior fluxo de tráfego; renovação da frota de caminhões, com a exclusão de veículos com mais de vinte e cinco anos de fabricação; e maior rigor nas inspeções veiculares.

Na área de controle e repressão, há ações que informem e punam o excesso de velocidade, o excesso de carga por eixo nos caminhões, o uso de drogas pelos condutores, o desrespeito à sinalização, entre outras.

A fiscalização referente à Lei Seca tem que ser melhor executada, pois foi sensível a redução de mortes e de gravidade dos acidentes, logo após a implementação da lei. Com o afrouxamento da fiscalização, os números voltaram a aumentar.

Os recursos para obras e serviços, visando à redução acelerada dos acidentes e da gravidade deles, não devem ser contingenciados, nem sofrer solução de continuidade, em relação ao fluxo financeiro. A ação coordenada das três esferas de Poder, com a ativa participação dos Ministérios dos Transportes, das Cidades e da Justiça, bem como das entidades da sociedade, tem todas as condições de reduzir, até 2015, os atuais números para patamares mínimos aceitáveis.

José Augusto Valente é diretor técnico do T1



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